Hoje vamos falar um pouco mais sobre dores no membro superior nas atividades diárias após o AVC e dar algumas dicas sobre o tema.
Por que você não deve ficar com o braço parado?
Após um AVC é comum o paciente sentir muita dor e isso prejudica diversas atividades de vida diária do paciente.
A dor, principalmente no ombro e na mão, prejudica o retorno funcional e faz com que o paciente limite ainda mais o seu movimento, gerando um atraso no processo de recuperação motora sobretudo dos membros superiores.
Segundo dados recentes a dor no ombro após AVC está presente, em cerca de 50% a 80% dos casos.
Em recente estudo de uma revisão sistemática e meta-análise sobre protocolos utilizados por terapeutas ocupacionais em dor no ombro após Acidente Vascular Cerebral (AVC), foi analisado os principais protocolos atualmente utilizados pelos profissionais para tratar a dor no ombro e facilitar a independência nas atividades de vida cotidiana.
Nessa pesquisa foram associadas estimulação por meio do FES e Interface Cérebro Máquina, e mostrou diminuição da dor e melhora da função do membro superior após o AVC, produzindo neuroplasticidade das estruturas cerebrais após a lesão cerebral.
Várias outras pesquisas, de diversos consensos de reabilitação, apontam que grande parte das dificuldades motoras no ombro são devido a hemiplegia, as condições ortopédicas que muitas vezes são adquiridas são devido a espasticidade. Um dos principais objetivos do manejo precoce do ombro do paciente após AVC, é evitar contraturas e subluxações.
Mas qual seria a posição ideal para manter o ombro?
A posição ideal do membro é mantê-lo em abdução (aberto em sentido lateral), rotação externa (palmas da mão no sentido frontal) e afastado do corpo, procure não deitar sobre o membro de maior dificuldade.
Aqui vão 4 passos para prevenir a dor no ombro após a hemiplegia:
- Posição adequada, suporte adequado e se em repouso não deixar braço pendente;
- Realizar movimentações suaves das mãos e dos dedos;
- Técnicas de alongamento e movimentações leves;
- Não utilizar tipoias e deixar o braço em repouso sem fazer qualquer movimentação;
Nunca tente fazer nada sozinho, procure um profissional para que faça uma avaliação minuciosa de qual técnica pode ser utilizada para reabilitação do seu ombro.
Sobre a profissional:
Me chamo Janaína Costa, sou Fisioterapeuta com mestrado pela Universidade Trás Os Montes e Alto Douro em Portugal, professora das disciplinas de Fisioterapia Neurológica da Universidade de Passo Fundo (RS) por 13 anos e com experiência na reabilitação de pacientes com AVC há mais de 18 anos.
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